Niestévisky, e a sua tardia paixão juvenil.



É natural que os meninos se apaixonem pelas suas professoras, bem, ao menos pelas professoras bonitas, é claro. Com Niestévisky não foi diferente, ele também se apaixonou por uma jovem e encantadora professorinha do primário. Mas essa não foi exatamente uma paixão infantil, já que Niestévisky estava, naquela época, com mais de quarenta anos.

Niestévisky conheceu a jovem porque ele morava na frente da escola onde ela lecionava. Foi uma paixão arrebatadora. Ferido pela flecha do cupido, todos os dias, na hora da entrada e na hora da saída dos alunos, Niestévisky ficava parado na frente do portão da sua casa, com a cara idiota de apaixonado, vestindo o seu terno de domingo e com cabelos penteados e dentes escovados. Assim, toda vez que a jovem passava por ele, o pobre apaixonado estufava o peito, encolhia a barriga e dava um sorriso radiante, usando a sua melhor dentadura, enquanto tentava fazer uma cara sexy. Mas ela passava por ele completamente indiferente e sem nem mesmo notar a sua presença.

Assim o tempo foi passando e Niestévisky ficava cada vez mais apaixonado, porém nada acontecia. Por isso um dia ele tomou coragem, e meia garrafa de vodca com limão, e resolveu escrever uma carta declarando seus sentimentos para a garota. Depois de pensar muito, escrever centenas de rascunhos, pesquisar frases bonitas em poesias de amor, finalmente terminou a sua carta, colocou-a num envelope e postou no correio.

Depois disso, Niestévisky ia todos os dias até a caixa de correio, ansioso por encontrar uma carta da sua linda professorinha. Essa angústia durou uma semana, mas finalmente um dia o carteiro parou na frente da sua casa e depositou um envelope na sua caixa. Assim que o carteiro desapareceu, Niestévisky saiu correndo para buscar a tão esperada resposta.

Com as mãos trêmulas, ele colocou os óculos, sentou-se no sofá e leu no envelope o nome do remetente. Sim, era uma carta enviada pela sua amada professorinha. Mal podendo conter o nervosismo, ele rasgou o envelope, retirou a carta e começou a ler, mas, para sua terrível decepção, o conteúdo não era exatamente o esperado.

Dentro do envelope o pobre e desiludido Niestévisky encontrou a carta que ele mesmo havia enviado para a jovem. Sim, ela devolveu a sua carta, mas com alguns acréscimos. Agora o papel estava cheio de rabiscos feitos com tinta vermelha. A professorinha havia corrigido o seu texto e apontado todos os erros gramaticais. No canto esquerdo superior, estava a sua nota: 3,5.

Bem, depois disso, Niestévisky mudou-se para outra casa... e comprou um dicionário e alguns livros de gramática.

Comentários

Camila O. disse…
kkkkkkkkk No primário com mais de quarenta ano... rsrs Essa eu morri de rir.

Postagens mais visitadas deste blog

DIÁLOGO DAS PERGUNTAS IMPORTANTES.

Pérolas da sabedoria Niesteviskyniana.

DIÁLOGO SOBRE UMA DAS MUITAS TÉCNICAS SEXUAIS DO MESTRE.