MEMÓRIA NATALINA
Durante a ceia de natal Niestévisky estava reunido com seus discípulos. antes que fosse servida a comida algumas pessoas pediram que ele dissesse algumas palavras sobre o natal. Como ele havia bebido um pouco, a sua capacidade criativa estava um pouco comprometida e nenhuma ideia lhe passou pela cabeça, assim, em vez de proferir um discurso edificante, com a voz levemente enrolada e pastosa, ele resolveu apenas contar uma passagem natalina da sua infância:
Estou me lembrando agora, de um natal em particular, que se passou quando eu era criança. Eu estava no meu quarto, deitado sobre a cama e pensando sobre os grandes temas do universo, e visualizando mentalmente imágens belas e profundas. Meus pais não estavam em casa naquela noite. Lá estava eu, sozinho, absorto em profundos pensamentos místicos, quando de repente ouvi um ruído. Levantei e fui ver o que era. O barulho parecia vir do lado de fora da casa. Espiei pela janela e vi, por mais inacreditável que possa parecer, o trenó do papai noel estacionado lá fora. Ele estava lá, igual ao que a gente sempre vê nos filmes, com as renas, as luzes, o saco enorme de presentes e tudo mais.
Estou me lembrando agora, de um natal em particular, que se passou quando eu era criança. Eu estava no meu quarto, deitado sobre a cama e pensando sobre os grandes temas do universo, e visualizando mentalmente imágens belas e profundas. Meus pais não estavam em casa naquela noite. Lá estava eu, sozinho, absorto em profundos pensamentos místicos, quando de repente ouvi um ruído. Levantei e fui ver o que era. O barulho parecia vir do lado de fora da casa. Espiei pela janela e vi, por mais inacreditável que possa parecer, o trenó do papai noel estacionado lá fora. Ele estava lá, igual ao que a gente sempre vê nos filmes, com as renas, as luzes, o saco enorme de presentes e tudo mais.
Corri para fora na tentativa de interceptar o bom velhinho. Fiz isso porque lá em casa não tínhamos chaminé, então tive medo que ele fosse embora antes de me dar os presentes, aliás, coisa que ele não vinha fazendo há muitos anos.
Assim que abri a porta, fui surpreendido pelo Papai Noel, que estava parado na frente da porta esperando que fosse aberta para que ele pudesse entrar. Maravilhado, perguntei se ele havia me trazido algum presente, e ele me respondeu que sim, que me trouxera o maior presente de todos. Ao dizer isso ele abriu seu saco de presentes e de lá saíram Jesus, Buda, Krishna, Tupã e mais uma porção de outras divindades.
Todos eles entraram na minha casa, sentaram-se no chão e se puseram a me instruir sobre o segredo último do universo. Conversamos durante muito tempo, mas a conversa fluía tão bem e agradavelmente, que nem senti o tempo passar. Depois de me serem revelados todos os segredos impenetráveis do além, e de me revelarem o grande destino que me havia sido delegado, todos eles entraram novamente no saco de presentes e foram carregado até o trenó pelo Papai Noel, que em seguida se despediu gentilmente de mim, e partiu voando em seu trenó mágico.
Depois que partiram, fiquei sozinho novamente, sentado na sala, meditando sobre o que havia acontecido. Eu estava completamente imerso em meus pensamentos e assim permaneci até que meus pais retornaram. Quando eles chegaram em casa, corri contar o que havia acontecido. Eles me ouviram atentamente, e então meu pai se levantou, tirou o cinto e me bateu.
Bateu?! - Perguntou um dos seus discípulos, assustado com tal atitude.
_Sim.
_Mas por que ele fez isso???
Para que eu nunca mais mexesse naquele saquinho de comprimidos de LSD que ele escondia na gaveta de meias.
Comentários