NI e STÉVISKY


Durante a sua juventude, O Grande Niestévisky foi acometido de um problema psiquiátrico. A doença apareceu repentinamente, sem nenhum sinal prévio que indicasse algo de errado com o maravilhoso cérebro do Mestre. Ele desenvolveu dupla personalidade.


Mas como Niestévisky não é homem de se deixar abater pelas agruras da vida, ou, no caso, não era homens de se deixarem abater pelas agruras da vida, ele resolveu utilizar a doença em seu favor. Aproveitando-se da dupla personalidade, montou uma dupla sertaneja.


Parece que a dupla chegou a atingir algum sucesso, e em alguns lugares do interior ainda é possível encontrar pessoas que se lembram da dupla Ni e Stévisky.
Mas, por mais promissora que fosse a carreira deles, ela acabou por causa de divergências artísticas. Ni e Stévisky viviam brigando para decidir quem faria a primeira e a segunda voz, e além disso também brigavam para saber quem seria o Ni e quem seria o Stévisky. Os dois queriam ser Ni porque ficava em primeiro lugar no cartaz. Artistas são assim mesmo, têm egos enormes.

Separados, os dois não queriam mais se ver, por isso partiram para extremos opostos do país. Eles ainda tentaram carreiras solo, mas nenhuma das duas decolou. Depois do fracasso musical, Ni foi caçar leões na Amazônia e Stévisky foi ser seringueiro no Rio Grande do Sul, ou vice e versa, mas por alguma razão também fracassaram nisso. Segundo o que eu pude apurar, Ni e Stévisky viveram separados durante dois anos, sem que um tivesse notícia do outro.


Passado esse tempo, os dois acabaram se encontrando no casamento de um primo comum aos dois. No começo houve uma certa animosidade entre eles, mas como eram carne da mesma carne, acabaram se reconciliando.


Parece que depois do reencontro, passadas algumas semanas, assim como surgiu, a doença desapareceu e Ni e Stévisky se tornaram novamente uma pessoa só. Pelo que se sabe, a doença nunca mais se manisfestou, embora eu tenha encontrado pessoas que afirmam terem presenciado Niestévisky tendo discussões acaloradas consigo mesmo, que às vezes chegam até a descambar para a violência física.

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