MATANDO O TEMPO NUM VELÓRIO.
Niestévisky, durante a grande depressão econômica de 29, sem muitas opções de trabalho, arranjou um emprego como zelador de cemitério. O trabalho era difícil, pesado e desagradável, mas aqueles eram tempos difíceis, por isso ele aceitou o emprego.
Na entrada do cemitério havia uma capela mortuária onde eram velados os defuntos. Um dia, quando não havia nada para fazer, Niestévisky notou que estava acontecendo um velório na capela. Resolveu ir até lá, só para passar tempo. Chegando ao local, Niestévisky viu dois caixões pequenos no centro da sala.
Ver aquela cena o deixou comovido. Percebendo que havia um homem em pé ao seu lado, Niestévisky resolveu puxar conversa e disse:
_Sabe amigo, isso é muito triste, uma tragédia realmente! A morte de uma criança já é terrível, duas então, imagino que deve ser uma dor insuportável para a família.
Ao ouvir isso, o homem olhou para Niestévisky e disse:
_Ah não senhor, não são crianças não.
O mestre, surpreso, disse:
_Oh, mas que coisa! Mas então estou presenciando um evento raríssimo!
O homem, olhando de um modo meio estranho para Niestévisky, respondeu:
_Raríssimo? Bem, de fato é mesmo.
_Claro que sim, afinal,ver um enterro de anão já é difícil, de dois anões deve ser mais difícil que acertar na loteria.
_Bem, de fato seria, se fossem dois anões.
_Não são?! Ora, mas e esses caixões assim tão pequenos?
_Bem, sabe aquele número de mágica de serrar um homem ao meio? Pois é, nem sempre dá certo.
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